quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

vim de férias


É verdade.
Cheguei de férias.
Um país maravilhoso, onde não havia aumentos de bens, tais como, pão, petróleo, ordenados, transportes, enfim de tudo o que se pode imaginar.

E para espanto de todos, também não havia hospitais fechados nem muito menos maternidades ou serviços de urgência fechados.

Os cidadãos desse país viviam descontentes. Pois as rádios, TV's e jornais, traziam noticias do mundo bastante diferentes da sua realidade.

O governo governava sem dificuldades, para espanto de quem os visitava. Não havia intriga politica. Não havia corrupção. Não havia manifestações, por dá cá aquela palha.

Corrupção era uma palavra estranha para eles.

Manifestações, nem sabiam como é que isso se fazia.

Intriga politica? O que era isso? Perguntavam-me com frequência.

Os adversários políticos não faziam queixinhas uns dos outros, qual criança mimada nascida num país desenvolvido, integrado numa "confederação" de Estados "independentes", como nós sabemos.

Tinham futebol, sim futebol, com equipas que se respeitavam.

Dirigentes que dirigiam os destinos dos seus clubes, de forma perfeitamente limpa e transparente.

Os árbitros não tinham cartões amarelos ou vermelhos. Quando um jogador tinha que ser sancionado era verbalmente e de uma forma pedagógica, para que ele não voltasse a fazer o mesmo.

Os jogadores acatavam a reprimenda do fiscal com um respeito medonho e não voltavam a praticar o mesmo erro.

Um jogo de futebol, tinha 90 minutos. E jogava-se 90 minutos. Não 40 como é nosso apanágio.

Não havia compensações. Era 90 minutos e pronto. O resultado ditava quem ganhava.

Não havia penaltis de última hora.

Tudo perfeitamente limpo e cristalino. Aquilo sim....

As claques, sim as claques, não havia!

Pura e simplesmente não havia. As pessoas gostavam de ver futebol, por isso quando queriam iam aos estádios ver a sua equipa, mas por estranho que nos pareça estavam todos juntos equipa A com equipa B.

Os comentadores tinham a mania de comentar o jogo, só comentar o jogo.

Não se punham a dizer coisas estranhas como por exemplo " Nunca vi um golo assim. Um golo bizarro". Para eles um golo era um golo.

Nunca, por nunca diziam a 10 minutos do final de um jogo, que a equipa A, B ou C já tinha perdido o encontro. Porque sabiam que em qualquer altura aquela equipa podia marcar 1, 2 ou 3 golos e ganhar o jogo.

Esse país é no norte da Europa - como se pode verificar pelo mapa - é um país que quero voltar a conhecer.

É um país lindo.

É Portugal, fica logo imediatamente abaixo do sul de África.

Ops! Cheguei!

Cheguei aqui, enfim.
Quase me estatelei quando, à entrada, não me apercebi lá muito bem, do degrau que me recebeu com toda a sua ternura.
Mas cá estou. Com toda a minha visão apuradíssima.
Se calhar, não vou ver o mesmo que todos os outros. Mas lá que vou ver, lá isso podem ter a certeza.
Bora’ lá. Boa?