domingo, 16 de março de 2008

“O algodão não engana”

Para os que menos contam, nos tempos que correm, a vida não está nada fácil. Na verdade, para os mais pobres, como diz o Insp. Clouseau, aqui, a vida como a vemos hoje, e como a perscrutamos para o futuro, está bem difícil.

Os exemplos vão-nos sendo dados nos media que temos e merecemos. E se, por um lado se querem baixar os preços dos ginásios onde alguns se entretêm, vamos descobrindo aumentos nos bens que são vitais à sobrevivência geral.

Um dia destes, resolvi fazer umas contitas. Como será a vida dum casal com 2 filhos a estudar e com um rendimento médio? Vejamos: tomemos por exemplo um casal com dois filhos menores a estudar, por exemplo na escolaridade obrigatória.

Alimentação (3 ref./dia/pessoa - 4€/ref.): 1.440,00
Renda de casa: 150,00
Água/Luz/Gás: 90,00
Transportes (Passe: 27€ - 2 pessoas): 54,00
Total: 1.734,00

Com estes quatro itens, desaparecem da algibeira à volta de 1700 euros. Mas é bom não esquecer que outras coisas ficam por contabilizar, como a roupa, as despesas de saúde, ou as limpezas. Por exemplo.

E, a não ser que queiramos que ninguém possa adoecer, que desejemos que os nossos semelhantes se passeiem à pai Adão, que se viva como numa lixeira, convenhamos que é preciso artes mágicas para esticar os ganhos de acordo com os gastos. Ou então tenho de chegar à conclusão de que, afinal e contrariamente ao que se diz, mais de metade da nossa população activa tem ordenados acima de três ordenados mínimos.

Para os que menos contam, nos tempos que correm, a vida não está nada fácil. É bem verdade. E já que estamos a começar uma semana que se quer santa, possamos todos nós não ficar nos espinhos e nos cravos que um dia coroaram Alguém. E que possamos todos acabar por descobrir que os tempos que aí vêm afinal podem ser tempos de esperança.

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